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by Betha Mendonça
Tanto verão demais ao Norte das minhas recordações.... No céu azul de doer nos olhos dessa Belém tão cheia de altos edifícios, as garças brancas a voar do Mangal para Praça Batista Campos levam consigo muito dos meus olhos de menina que cresceu e a certeza que ainda se pode sentir por aqui um pouco da antiga selva.
Nos túneis de mangueiras das ruas cantam os bem-te-vis, as andorinhas fazem festa nas acácias floridas, enquanto os chorões da praça balançam ao vento morno do quente fim de tarde.
Expectadora sem brilho - com a nostalgia das pessoas que tarde percebem que o tempo passou depressa - eu me tinjo com o que resta da beleza do pôr-do-sol. Contemplo ao longe a Baía do Guajará, seus barcos coloridos de esperanças que chegam a todo minuto e as barcas das tristezas que levam de volta aqueles que deixaram para trás as suas expectativas frustradas.
Além da Baia a orla das ilhas, os acenos de seus açaizeiros pesados de frutos a dizer adeus aos que partem e alimentar os ficam com o sangue extraído dos grãos. Tudo são paz e tranqüilidade, embora o que agora seja não é como já foi e não será nunca mais como hoje: cada coisa parece em seu lugar.
Contemplando a prais de Mosqueiro. Matando a saudade? Não ela nunca morre... |
Belém, minha cidade, meu porto, com pessoas amadas, amigos, familiares queridos, comidas deliciosas. Te trago comigo em meu coração, e presente em meus todos os meus dias.
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